O mês de julho começa com a promessa de fortes emoções para o PDT de Sombrio. Os últimos encaminhamentos, com uma conversa mais franca com o PP sobre a possibilidade de uma coligação, mexeram com as estruturas do partido que, no meio político é classificado pelas outras siglas como "puxadinho do MDB", tamanha a lealdade ao 15, mesmo em condições adversas.
No momento em que escrevo este post (manhã desta terça-feira, dia 2), um grupo de pedetistas, puxado pelo ex-presidente Celso Rogério de Souza, o Celsinho, está reunido com a prefeita Gislaine Cunha (MDB) para manifestar apoio a continuidade da histórica parceria, sob qualquer condição. A alegação é de que o Município cresceu e se desenvolveu com as três administrações emedebistas, e não há o porquê de mudar este rumo.
Já o presidente Sandoval Ferreira e o vereador João Roseno mantêm o diálogo e não descartam uma quebra de paradigma ao projetarem uma composição com o PP, desde que o partido seja valorizado nesta guinada. A articulação está avalizada pelo deputado e mandatário em nível do estadual do partido, Rodrigo Minotto, de olho nos votos que pode receber com a possível ascensão de Zé Milton a disputa legislativa federal.
É preciso ressaltar o grau de responsabilidade da prefeita Gislaine Cunha (MDB) nesta insurgência do tradicional aliado. PL, PDT e União Brasil fizeram votações parecidas em 2020, elegendo um vereador cada. Só que Gislaine, muito antes da chegada de Jair Bolsonaro ao partido, fez do PL sócio majoritário de seu governo, com duas secretarias (Saúde e Social) e diversos cargos estratégicos, como tesouraria e setor de compras, por exemplo. UB e PDT foram infinitamente menos prestigiados. Com "sangue nas veias", o União Brasil deixou o governo e já manifestou apoio ao PP. Não é possível afirmar que o o PDT seguirá o mesmo caminho, apesar de haver motivos para isso. Sair de "casa", ou, do "puxadinho", não é uma decisão fácil na vida e também na política.