Uma denúncia, enviada por e-mail ao site, Ministério Público vereadores, e outros setores públicos de Balneário Gaivota aponta para más condições de estrutura da Unidade Básica de Saúde Central, que faz também o trabalho de atendimento 24 horas. Pela quantidade de fotos e teor técnico do relato, é provável que a denúncia tenha partido de funcionários do local. De acordo com relato, os problemas existem desde novembro de 2023, sem que tenha havido retorno da Administração Municipal.
Em contato com o site, a secretária de Saúde de Balneário Gaivota, Onice Medeiros, informou que a procuradoria jurídica do Município está preparando a defesa ao Ministério Público. Também informou que as reformas estão sendo feitas e já existe projeto para ampliação da Unidade Central de Saúde.
A seguir um resumo dos problemas apontados:
Higiene e Infraestrutura: É alarmante a ausência de pias adequadas nas salas para a higienização das mãos, uma necessidade básica em um ambiente de saúde. A constante falta de manutenção nos banheiros, com itens essenciais como a tampa do vaso sanitário ausente, cria condições desconfortáveis, especialmente para as mulheres.
Manutenção e Estrutura Física: A presença de mofo e goteiras evidencia a falta de cuidado na manutenção externa da unidade. O descaso é tão extremo que há o crescimento de uma árvore no telhado, revelando a urgência em resolver questões estruturais. O forro interno danificado, pisos quebrados e a inadequação para atendimento noturno demonstram negligência na infraestrutura. A recente pintura limitada à parte frontal é insuficiente e mascara os problemas persistentes.
Condições Internas e de Atendimento Noturno: A superlotação nos corredores durante o atendimento noturno é agravada pela falta de ventiladores, tornando o ambiente ainda mais desconfortável devido ao calor excessivo. A pintura parcial e a sujeira externa refletem-se em problemas internos. A presença de mato ao redor da unidade é negligenciada, assim como a sinalização deficiente.
Estacionamento, Bebedouros e Portas Danificadas: O estacionamento destinado aos pacientes está frequentemente lotado com veículos da frota municipal, pois a falta de estacionamento fixo para esses carros é evidente. Os bebedouros que necessitam de troca de filtro são negligenciados, enquanto as portas danificadas por cupins e as janelas sujas e mofadas indicam falta de limpeza e manutenção adequadas.
Equipamentos e Organização Interna: A situação precária estende-se aos equipamentos de saúde, com os aparelhos de oxigênio fora de funcionamento há anos. Repositores de álcool em gel frequentemente vazios, cadeiras antigas e quebradas, além da desorganização com caixas espalhadas pela unidade, indicam uma falta crítica de manutenção e organização. Armários por aqui são segurados com FITA que deveria ser usado em curativo.
Regularizações Legais Ausentes: Ausência dos alvarás sanitário e de funcionamento dos bombeiros, evidenciando uma negligência grave nas questões legais que garantem a segurança e conformidade da unidade.
Proibição do Uso de Gás de Cozinha e Falhas na Segurança: É chocante constatar que o uso de gás de cozinha, algo estritamente proibido internamente, está ocorrendo. A falta de extintores em várias salas, sem placas identificadoras quando presentes, somada à inexistência de água em banheiros, lâmpadas de emergência não operacionais (não existem) e iluminação deficiente, demonstra uma situação crítica de segurança.
Problemas na Ambulância e Desrespeito às Vagas de Estacionamento: Após as 00:00, a ambulância opera sem a presença de técnico ou enfermeiro junto ao motorista sem falar que ela nunca está na base após esse horário... Sempre na casa do motorista, descumprindo padrões de atendimento essenciais. A retirada da placa de estacionamento para idosos para criar espaço para carros municipais é inaceitável e reflete uma priorização inadequada.
Infestação de Pragas e Desprezo Ambiental: Ratos, baratas e carrapatos são presença constante, comprometendo a higiene da unidade. A administração demonstra apatia ao ignorar a situação ou agir como se o problema não existisse. O acúmulo de lixo próximo à unidade não só contribui para a infestação de animais, mas também expõe a falta de responsabilidade ambiental.
Equipe de atendimento emergencial: No período matutino 06:00, para que esta unidade funcione adequadamente, deveríamos contar com no mínimo 1 enfermeiro e 2 técnicos, no entanto, atualmente, temos apenas 1 enfermeiro e 1 técnico, quando este último está presente. Isso é lamentável para uma unidade municipal que se autodenomina central.